terça-feira, 22 de junho de 2010

Carta em favor do Nordeste do Brasil



Carta que recebi de um amigo de Sao Paulo que hoje mora em Maceió.

Queridos amigos e familiares,

Muitos de vocês já se prontificaram a ajudar e isso nos alegrou muito e motivou-nos para trabalhar pelo bem das pessoas atingidas por essa calamidade.

Hoje fui com dois colegas de trabalho até o município de Rio Largo, região metropolitana de Maceió. Faltam palavras para descrever o que vi. Já tinha visto algumas fotos, mas de perto é impressionante. Parece que houve um bombardeio e metade da cidade foi destruída. Andei por uma parte onde dois ou três quarteirões (isso mesmo) de casas foram varridos, só sobrou o piso, a base dos vasos sanitários, a base das paredes, nunca ví coisa igual. Por outros cantos, é barro (muito), lixo, entulho no meio da rua (quando a rua ainda existe). As pessoas estão meio perdidas, pra lá e pra cá, sem saber o que fazer. Cada um por si. Muito triste.

O que aconteceu por aqui não tem comparação com as enchentes de Sào Paulo. Quando a água simplesmente sobe, o pessoal perde móveis, perde "tudo" como costumam dizer, só que depois a água desce e eles ainda tem suas casas para colocar coisas novas. Mas aqui foi uma enxurrada, os rios se encheram repentinamente (em 30 minutos), achamos que deve ter havido o rompimento de barragens rio acima. Quando a água bateu, derrubou o que tinha na frente, árvores enormes, postes, casas, trilhos de trem. Vcs estão vendo as imagens pela TV. Isso aconteceu as 7h da manhã. Se tivesse sido de noite, acho que centenas ou milhares de pessoas teriam morrido. Deus é bom.

E Rio Largo não foi uma das cidades mais afetadas...ainda tem energia elétrica em grande parte da cidade (onde os postes não cairam). Também notei que tem água saindo de algumas torneiras. E tem comércio funcionando. Tem cidade onde não tem nada disso, mais da metade das edificações desabaram, as pessoas (mais da metade da população) não tem casas, todo comércio foi destruído.

Me informei com os bombeiros e no momento o mais urgente é garantir que comida e água cheguem nos locais. A comida não deve ser do tipo que tem que ser preparada, pois isso é inviável. Tem que ser coisa pronta, enlatados, leite, etc. Os bombeiros estão recebendo os donativos e levando de helicóptero. Disseram que o recebimento tem sido organizado.

Portanto, o melhor que vejo que podemos fazer é comprar os mantimentos adequados e entregar aos bombeiros.






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Pintura: Kazuya Akimoto

6 comentários:

Anônimo disse...

Miriam estou impressionada com esse acontecimento tao terrivel.
Essa carta me ajudou a cair a ficha que a coisa é ainda mais seria do que eu pensava.
Vamos ajudar sim a familia e os amigos querem ajudar.

beijos com saudade
Adriana

Ester disse...

Muito triste este relato, e mais ainda constatar que lemos e vemos tudo isso dentro de nossas confortáveis casas, como numa realidade muito longe de nós... e são nossos irmãos, do nosso país..

Fiquei sabendo do imenso extravio de donativos às vítimas do RGSul, o que é ruim consegue ainda ser pior com acontecimentos desse gênero, parece que não existe mais órgãos competentes para confiar nossas doações,

Bjs,

Mírian Mondon disse...

Oi Adriana,
Aproveitando o comentário da Ester, vale a pena se informar sobre instituiçoes responsáveis.

Esse nosso amigo, informou-se e recomendou o corpo de bombeiros.

Nossos amigos estão enviando para conta desse nosso amigo que tem um carater irretocavel e confiamos plenamente na sua integridade. Ele e a esposa estão ajudando as vitimas.

Abraços

Mírian Mondon disse...

Com certeza Ester,
Estou boquiaberta com a seriedade do problema.
12 municipios foram atingidos, 15 cidades devastadas. É mesmo de impressionar. Vendo a TV mais parecia um Tsunami.

Felizmente existem tambem pessoas e orgãos em quem ainda é possivel confiar.

Beijos e obrigada pelo alerta!

Anônimo disse...

terrible ..dans le var a côté de Nice, ils ont vécu exactement la même chose la semaine dernière

en France tu es aidé quand tu perds tout mais au bresil c'est la solidarité volontaire qui joue ..je suppose

Mírian Mondon disse...

O governo brasileiro ajuda nesses casos, mas o povo quer e precisa participar porque as perdas são imensas, pricipalmente quando perdem suas casas.