sexta-feira, 20 de março de 2009

Vales de Silencio



Ao ler, percebo que determinadas frases têm um efeito muito grande sobre mim. Afetam meu ser, são capazes de me trazer lembranças profundas e muitas vezes me revelam com grande profundidade a condição humana e principalmente a minha própria. Sou pego pelos seus significados de tal maneira, que chego a ficar paralisado por minutos olhando o infinito. Uma delas aqui está:

Em cada um de nós há um segredo, uma paisagem interior com planícies invioláveis, vales de silêncio e paraísos secretos. Saint-Exupéry.

Olho para meu próprio coração e posso visualizar essas paisagens no fechar dos meus olhos. Vejo a montanha do segredo e quando meus olhos abaixam, vislumbro as planícies invioláveis e os vales do silêncio. Forço a vista e mais à frente vislumbro o paraíso secreto dos sonhos do meu coração. Somente eu e Aquele que vê o coração, conseguimos ver tais paisagens. O que conseguiria eu esconder Dele?

Então pensei: Todos os corações têm tais paisagens, evidentemente com algumas variações.

Qual seria para mim, de todas elas a mais bonita? Eu sei e vou lhe contar:

São os vales do silêncio. Apesar de sinistros no nome, eles têm para mim beleza indizível. Como são lindos. Uau!!! Na minha vida, eles foram moldados pelos ventos de acontecimentos que achei de bom senso nunca compartilhar, e pelas águas do conhecimento de coisas a respeito das quais resolvi me calar, e também pela atitude de, mesmo com a mais profunda dor, não transformar alguns sentimentos na plenitude das palavras e atitudes que os exteriozariam. Grande teria sido o mal causado se não tivesse havido silêncio, e então ele moldou vagarosamente a linda paisagem que o vale tem hoje. Se não fosse por ele, provavelmente a paisagem do vale seria muito feia.

E, meu Senhor, como são lindos esses vales de silêncio hoje. Como amo essas paisagens. São das minhas prediletas. São planícies invioláveis, todavia de uma beleza indescritível.

Sinval Ladeira
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